sábado, 25 de outubro de 2008

Em dezembro...

Meu amigo Jasel foi em minha casa, e como sempre ele muito brincalhão;conversamos a tarde inteira!Ah,eu amava a companhia dele, um grande companheiro.
Mas na hora de nos despedir, ele tirou um calendário com uma pequena oração e tinha a imagem de Jesus ainda criança... e mim entregou dizendo assim:-Elaine,guarde isso aqui como lembrança, pois nunca se sabe né, as borboletas vivem momentos, e assim somos nós, seres humanos.Sei lá naquele momento senti com se fosse uma despedida, pedi que ele parasse de falar daquela forma, se já estava tudo certo pra nos encontrar- mos no natal.Ele balançou a cabeça com um gesto positivo e veio mim abraçar, foi de uma maneira tão forte que nos emocionamos.
Fiquei olhando ele saindo em silêncio, e fiquei com a sensação que não iria vê-lo nunca mais.
Assim passaram os dias, e chegou o natal, meu amigo Diogenes foi em mim casa pra confirmar que ele e Jasel passaria natal comigo, viriam assim que saíssem da igreja.
Chegou a noite, fiquei esperando e não vinheram,e engraçado que no lugar de ficar chateada com o bolo,fiquei triste, angustiada , chorava, pois a cena do Jasel sumindo da minha vista, não saia da minha lembrança...Eu chorei muito sem saber o motivo, e acabei dormindo.
No dia seguinte, acordei e fui pra frente de minha casa, sentindo uma tristeza, Fábio chegou lá, ficou conversando, e derrepente chegou meu amigo Diogenes de cabeça baixa, eu perguntei cadê Jasel, vocês não vieram por quê? Ele mim olhou e sem meias palavras mim disse;-Elaine, Jasel faleceu em um acidente!
Eu não quis acreditar, mandei ele parar de brincadeira, e ele disse que era sério, e daquele momento não mim lembro mais nada, já acordei no hospital.
Foi muito dura a perca desse meu amigo, aquele momento anterior realmente foi a nossa despedida, mais resolvi guardar na minha lembrança, a tarde maravilhosa que tive o prazer de desfrutar da companhia dele.
E sei que ele estará em um bom lugar.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Continuando...

No dia seguinte daquele sonho que foi a comemoração dos meus 15 anos, eu parecia ter acordado renovada; - Como se eu estivesse renascendo, parecia que todo aquele peso que minha mãe carregava, foi aliviado pela minha demonstração de vida que consegui mostrar pra ela.
E veio objetivos, vontade de voltar a retomar meus estudos, e nesse mesmo tempo reencontrei meu amigo Jasel, ele mim aconselhou a voltar pra escola, e comecei um supletivo por correspondência. E nesse mesmo ano minha vida mudou completamente, meu namoro com Fábio foi mais além do que podia... Acabei mim entregando pra ele, minha mãe se preocupava muito com isso, e falou com a médica que acompanhava meu caso, e a mesma o chamou pra uma conversa! - Mas já tinha acontecido o que elas temiam, e a única coisa que a médica achou que podia remediar, era evitar uma gravidez, pois poderia colocar minha vida em risco!
E minha vida foi acontecendo tudo muito rápido, e no final do mês de Novembro tive um sonho com meu pai (in memoria) me dizendo que ia acontecer uma coisa maravilhosa em minha vida, e ao mesmo tempo iria me trazer grande sofrimento... Mas Deus estaria do meu lado e acabaria tudo bem, eu não temesse. Contei o sonho pra minha mãe, e ela ficou pensativa, parecia que já previa tudo!
O ano acabou e tudo calmo em minha vida.

sábado, 6 de setembro de 2008

1996, MAIS UM ANO COMEÇA...


Com procura pra reconhecer que é preciso perdas em nossas vidas, para reconhecer conquistas, e assim foi reconhecido.
Depois que meu pai faleceu, foi que enxergamos minha mãe renascendo, para os filhos ele era um exemplo de pai, um grande homem(que se humilhava, chegou a pedir esmola pra nos sustentar), mas pra mãe, ele era rude, ciumento, a ingnoracia dele aprisionava ela...Ela era submetida a viver de casa pro trabalho e vise - versa.
Minha mãe começou a trabalhar mais, e trabalhava a noite, só vinha de dois em dois dias, pois como eu axo que essa cina foi destinada pra ela,"cuidava de uma senhora que era portadora de necessidades especiais"!
Mas o objetivo desse esforço todo dela era uníco, de fazer minha festa de 15 anos, ela trabalhou durante um ano! E apesar do esforço dela, foi ajudado por muita gente, e Fábio também ajudou muito, e minha festa foi como esperado, foi lindo!!!
Teve uma celebração na igreja.
*Mas antes de ir, quando mim arrumei, mim direcionei até a cozinha, onde minha mãe estava...
Fiquei parada, calada, atrás dela... quando ela virou, olhou pra mim, e eu falei; - Mãe, estou completando 15 anos hoje, já se passaram13:00hrs de minha determinação em viver, olha eu prometo pra senhora, não morrer, vou passar da meia noite, e espero que com essa passagem, leve junto essa determinação cruel que a médica disse pra senhora, pois eu vou viver, sou teimosa e lhe garanto que teimarei pela minha vida,a partir de hoje irá haver muitas mudanças em minha vida, pois eu tenho convicção que levarei uma vida normal daqui pra frente, ela mim abraçou forte, e chorou muito, e sorria ao mesmo tempo, e o silencio dela era mais que previsível pra mim. Ela apenas enxugou minhas lágrimas e mim mandou ir, pois meus desafios mim esperavam. Eu fui pra igreja, a celebração foi linda!
E logo após, houve a recepção... e lá encontrei meus familiares, amigos e Fábio... todos aplaudindo minha entrada, tudo lindo, aquele cenário parecia um sonho! Mas era minha realidade.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008


...Minha mãe chamou o Fábio pra uma conversa franca e objetiva, achava que não tinha o direito de esconder o meu destino traçado cruelmente pela Drª. Disse pra ele que era melhor ele ficar apenas como meu amigo, eu era condenada a viver no máximo só até os 15 anos de idade, ele em xoq colocou as mãos nos ouvidos e disse que não queria ouvir mais, pois não acreditava que Deus seria tão injusto com ele, pelo fato de ter encontrado o amor da vida dele, e derrepente eu ser tirada de forma tão cruel! Fábio disse; - Não D.Nina, eu não aceito e não vou deixar Elaine, vou viver o tempo dela incondicionalmente, cada dia com ela vai ser vivido como se fosse o ultimo, eu amo sua filha demais!!! Os dois choraram abraçados e ela agradeceu. E Fábio mim cercou de carinho, nosso namoro era muito lindo, apesar dele saber que eu não amava, mais ele sempre dizia que amava por nos dois. E assim namoramos, ele passeava comigo, mim levava onde eu queria, fazia surpresas... íamos a praia a noite pois ele sabia que eu gostava, era muito bom! Parecia um sonho, ele voltava a atenção pra mim, eu não tinha do que reclamar, sempre mim respeitou mesmo sendo bem mais velho que eu. E ele passou a ajudar minha mãe a cuidar do meu pai, se tornou um filho pra eles, fazia coisas que meus irmãos não se importavam, ele foi enviado por Deus naquele momento, pra diminuir a aflição de minha mãe. Assim chegou Novembro, e no dia 1 meu pai faleceu, Fábio tinha chegado com o medicamento e se deparou com o corpo dele já sendo velado, veio ao meu encontro e choramos juntos, eu tava mais conformada, eu achava que meu pai tinha aliviado o seu sofrimento e o da minha mãe.Minha família só chorava e minha mãe em estado de xoq, não derramava uma lágrima, Fábio apoiou, resolveu os papeis do funeral, com a minha mãe e um patrão dela. Meu pai foi enterrado e minha mãe viajou pra João Pessoa - PB, com meu irmão Edsom, ela foi esfriar e desaparecer a cabeça. Fábio mim ajudou também, passeávamos muito!!!! Com 15 dias depois minha mãe voltou renovada, e a vida voltando ao normal... Chegou Dezembropreparamos uma festa pra ela, foi muito bom. Final de ano, ela quis ficar triste mais não deixamos, mais de vez em quando eu flagrava ela mim olhando ,como se dissesse;- Daqui uns dias é você que vai embora. Mas eu mostrei que minha vontade de viver era maior que qualquer coisa, eu tive todos os direitos em minha vida, infância feliz, educação escolar, adolescência tranquila, namoro e família feliz... Como eu iria morrer? E o ano de 1995 acabou!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

1995...


E se iniciou mais um ano, mais uma caminhada, tudo de novo; escola, e busca por aceitação.
Na escola conheci um rapaz chamado Jasel, ele era do tipo de pessoa difícil de esquecer! Nos tornamos grandes amigos, ele mim ajudou muito, era mais velho que eu um ano, mais tinha uma personalidade forte, lembro que ele mim fazia de bolinha, corria os corredores do colégio com minha cadeira, e no final da aula mim levava pra casa, mas ele foi tão judiado por isso, a mãe dele era uma pessoa muito preconceituosa, proibia ele mim ajudar, mais o Jasel não queria saber, a satisfação daquele ato de caridade dele era maior que a ignorância de sua mãe, que chegou a bater nas mãos dele com um ralador de coco... O pobre do meu amigo chegou com as mãos em carne viva, eu xorei muito quando vi aquilo, tomei a decisão de mim afastar dele, mais foi em vão. Ele não mim abandonou... "Isso eu jamais esquecerei".
Chegou a época junina, minhas amigas iam no sábado lá em casa mim mandar se preparar, pois eu iria no palhoção com elas (uma festa popular de bairro), a mãe sempre deixava, queria que eu mim divertisse, assim era feito, eu ia com minhas amigas, era uma turma de mais de dez amigas, mas tinha 3 que não mim largava, era a Ninha, a Melissa e Bona, as outras iam dançar, curtir a festa, namoravam e eu não. Eu só ficava de olhar o movimento, as pessoas alegres e aquilo mim deixava contente. Só que no terceiro sábado desse compromissos de farra, eis que surge um rapaz e começou a encarar, só que eu pensava que ele tava paquerando Melissa, e ela também pensava, mais fiquei na minha, ficava rindo porque ela ficou toda assanhada pro lado do rapaz, e minha outra amiga Ninha, disse; - Ele tá paquerando Elaine.
Eu perguntei se ela tava mim zoando, ela disse que não. Dito e feito, a Ninha tinha razão...
Ele se aproximou falou com as meninas e olhou pra mim e se apresentou, e começou a xavecar e eu espantada,"pois ele era lindo!" Se chamava Carlos, tinha 19 anos, não era estudante, era soldado.
Eu pensava como pode, ele no lugar de se interessar por uma andante, foi querer logo a mim, mais deixei rolar, até que o maluco disse, vamos dançar?Eu dei um sorriso sem jeito e disse não, ele quis saber o porque, eu disse; -Tá na vista.
Ele sem pensar disse não senhora, vamos dançar sim eu amo você, e quero que saiba que é normal como qualquer outra que estivera ali, e mim colocou no colo e dançou comigo. Quando a música terminou ele mim pediu em namoro, e eu aceitei, pois pude ver que ele não tinha preconceito e nem fez aquilo pra aparecer, e sim pra que eu mim sentisse uma pessoa normal.
A partir dalí meu preconceito comigo mesma acabou, vi que mesmo estando na cadeira, não deixei de despertar interesses de alguém por mim.
Namorei com o Carlos até o penúltimo sábado, pois aconteceu um mal entendido, eu conheci um rapaz chamado Fabricio,e esse mesmo é daquele tipo de pessoa que gosta de estar abraçado, o Carlos quando chegou se deparou com a sena, só fez mim olhar e saiu sem dizer e nem querer escutar nada. Com poucas horas depois ele apareceu abraçado com minha amiga, mais ela não sabia de nada, ele fez pra machucar mesmo.
Quando terminou a noite vi os dois se beijando, e decidi que não ia querer mais ele, foi a ultima vez que vi o Carlos.
E passou o período junino e continuei amiga do Fabricio, que mim fazia varias declarações, mais eu não queria, ficava enrolando na amizade.
Nessa época meu pai tava doente, e no começo de Agosto foi internado, estava com cirrose e efizema pulmonar, caiu na doença, ficou sem levantar, era sentado no sofá dia e noite, e mais uma batalha pra minha mãe... Dias difíceis estavam por vir, alem dela trabalhar o dia inteiro com faxina, a noite tinha que cuidar do meu pai. Mas a doença dele mim fazia esquecer a minha, era um sofrimento tão grande, noites de agonia e gemidos dele na sala, muito triste.
Eu ia pra escola e Fabricio ia mim buscar, ele mim ajudava muito com palavras.
E como era sagrado, mesmo meu pai doente, minha mãe tava providenciando uma festa pra mim, e com uma semana antes do meu aniversário, estava brincando com meu pai pra descontrair as dores que ele sentia, era um dia de sábado,meu pai na sala e eu no terraço da casa, nos dois rindo, e num fleche de olhar tinha um rapaz em pé mim admirando no outro lado do portão, ele sorriu pra mim, e eu sem jeito virei o rosto, e ele foi embora.
Logo a tarde esse rapaz voltou disposto a mim conhecer de qualquer jeito, e assim aconteceu.
Ele se chamava Fábio, se apresentou, e ficamos conversando, meu pai viu do sofá ficou nervoso e mandou minha irmã Eliete ver as intenções daquele cabra (meu pai mim tinha como um cristal).
E minha irmã foi falar com o Fábio, e o mesmo pôs as cartas na mesa, disse que queria namorar comigo sim, e eu surpresa disse que não! Mas Eliete deu força a ele pra mim conquistar, acabei aceitando o namoro. E no dia da minha festa ele fez o pedido oficial, eu fiquei com dó do Fabricio, que tinha comparecido na festa com o mesmo intuito, saiu desconsolado.
Eu dei uma desculpa pro Fábio e entrei, e minha mãe aproveitou e chamou ele pra conversar, contar a realidade cruel!

...Eu já tava com 13 anos!

Eu axo que foram os dois anos mais difíceis da vida da minha mãe, pois ela vivia com uma espectátiva negativa, e por outro lado tentou mim dar tudo o que estava ao alcance dela, minha adolecencia já era um fato real, dias que mim dava uma revolta olhava minhas roupas não combinarem com meu corpo deformado, eu em crises de "tpm", era um sofrimento anunciado.
Eu olhava as pessoas, e pra mim todos mim olhavam com pena, comecei a ficar agressiva, mim afastei de minhas amigas, enfim...Me isolei.
E assim decorreu o final do ano de 1994, mais um natal, aniversário de eu estar cadeirante, nem sei dizer o que pensei nessa data, mas fiz questão de celebrar, fui pro meu banco companheiro dessas horas deitava e olhava pro céu em agradecimento por estar viva, pois sabia que minha família era feliz por isso.
No ano novo, curti meu pai como nunca, parecia que seria o último reveillon de nossas vidas, "não entendo com isso acontece, nos despedimos de quem amamos sem querer sem imaginar o que vai acontecer!"